MANIFESTA IRIS
CARTA DE INTENÇÃO
Iris é um movimento de pausa, de ida e volta.
Uma oportunidade de reflexão e fortalecimento para atravessarmos as grandes mudanças do nosso tempo.
Um chamado para uma maior compreensão das leis que regem a vida.
Somos todes partes de um organismo vivo, estamos inevitavelmente conectades.
A exploração da Terra reflete em nossas relações sociais, cuja violência escorre da separação do ser humano com a natureza, suas comunidades e consigo mesmo.
São feridas que precisam ser acolhidas e sentidas coletivamente para sustentar um processo sistêmico de regeneração.
Convidamos a música, a poesia, as cerimônias, orações e mitologias para acessar níveis mais profundos da existência. A arte transcende a realidade e nos permite reflorestar os desertos monocultores de nossa imaginação – o primeiro passo para que novos sonhos coletivos possam emergir.
O sonho é uma utopia a ser construída e uma realidade a ser experimentada. É tempo de tecer imaginários que costurem sabedorias ancestrais com tecnologias contemporâneas, resgatando valores comunitários para bordar novos modelos de Estado, sociedade, economia e cultura.
Acreditamos no poder de uma revolução:
Silenciosa, que mora no íntimo de cada indivíduo.
Sagrada, que contempla dimensões espirituais da experiência humana.
Sistêmica, que inclua todes no processo de transformação.
Sócio-biocêntrica, que respira em comunhão com os ciclos da natureza, nos percebendo como mais um fio na teia da vida.
Celebrativa, tendo o encantamento e o amor como nossos principais guias.
Como mensageira, a Deusa Íris anuncia sua chegada através de um portal colorido simbolizando a integração entre o céu e a terra. Ela não oferece respostas, mas um caminho para explorarmos juntes as perguntas mais importantes da nossa era.
Para isso, precisamos de coragem. Coragem para que os medos, as complexidades e incoerências não nos prendam às armadilhas do ego – mas nos libertem dos individualismos para melhor servir o todo.
Estamos sendo convocades a mergulhar num abismo profundo para poder enxergar novamente e dar um impulso para a transformação.
O convite é transgredir os horizontes do que acreditamos ser possível para, assim, regenerarmos a poética da existência que sustenta toda a organização prática da vida.